Pais, banheiros, e a cidade desejada

A obrigatoriedade de existir fraldário no banheiro masculino é daquelas notícias que trazem alento; um "ufa!" que indica que estamos seguindo um caminho (embora muitas vezes pareça longo) promissor.

O assunto, cada vez mais pertinente, voltou à cena devido a uma lei estabelecida em Nova Iorque, EUA, segundo a qual passa a ser obrigatória a instalação de fraldários em todos os banheiros públicos da cidade, inclusive nos banheiros masculinos.

Parece um papo sem muita importância para homens que nunca precisaram ir a um banheiro com uma criança, ou para os machões que ainda acham que cuidar de crianças é coisa de mulher. 😠

Desejo que nenhum pai precise vivenciar situações como as que eu vivi, como por exemplo: ter que entrar com minha filha no colo no banheiro masculino com todo cuidado - quase escondendo ela - enquanto procurava um vaso sanitário reservado (e limpo, o que muitas vezes também é bem difícil encontrar na cidade onde vivo); ou ter que solicitar a uma mulher que ficasse na porta do banheiro feminino para avisar que eu estava lá dentro para não ter nenhum tipo de problema caso alguma senhora quisesse entrar.

Algumas cidades vêm cuidando desse assunto aos poucos, principalmente a partir de iniciativas de alguns shoppings centers e estabelecimentos comerciais.

(Leroy Merlin, Rio de Janeiro)

Mas ainda é uma pauta pouco discutida e que precisa de visibilidade e reconhecimento para ser posta em prática de forma ampla e irrestrita, o quanto antes!

Já que acreditamos que os pais e as mães devem ter os mesmos deveres na criação dos filhos, a cidade deve oferecer os mesmos direitos. Espero ver chegar o dia em que quando um pai estiver precisando trocar as fraldas do seu filho, ou quando um pai precisar levar sua filha pequena ao banheiro, será tranquilo saber que existirá um banheiro em condições esperando por eles.

(Banheiro livre para todos os públicos -
um conceito talvez possível em um mundo ideal de respeito ao próximo, mas impensável para nossa sociedade).


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E para seguir o costume de músicas acompanhando os textos, vai uma música-manifesto que não tem diretamente a ver com o tema, mas que tem a ver com respeito e união! É a psicodélica, hipnótica, inclassificável e incrível "Come Togheter", do Primal Scream.





Comentários

Lívia disse…
As mães com meninos não passam por essas dificuldades, mas vivenciar o outro lado
Deixou claro que a sociedade não está pronta para ver pais que cuidam dos seus filhos integralmente.Que nos próximos anos os obstáculos diminuam! ��

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