Opinião


Todos somos julgadores. 

E sempre foi assim, passando por Sócrates, Cristo, bruxas e pensadores... muitas vezes pagou-se com a própria vida por ser ou pensar diferente da maioria em um determinado momento. E segue a sina. Com a disseminação de informações de forma abundante e a super exposição das vidas através das redes sociais, julgar e emitir opiniões passou a ser o esporte mais praticado por todo canto.


(https://tirasarmandinho.tumblr.com/)

Em tempos em que o Brasil tinha uma seleção de futebol, e todos acompanhavam os jogos e, principalmente, a copa do mundo, dizia-se que todo brasileiro era técnico de futebol. Atualmente, com o desinteresse pelo time da cbf, somado aos últimos vexames esportivos, sociais, políticos e econômicos, todo brasileiro passou a ser especialista em opinar... sobre qualquer assunto... com a internet para amplificar a "voz" então, falar sobre a vida outros é rotina!

Com relação aos filhos dos outros têm-se esta mesma toada. Seja uma atriz famosa ou uma pessoa anônima, é só expor na internet sua gravidez, seu parto, sua amamentação ou a forma como cria os filhos, e, imediatamente, dezenas, centenas, quiçá milhares de "vozes" surgem para apoiar ou condenar cada movimento compartilhado na "rede".

É interessante pensar que tem dois lados - pelo menos - nesta situação: de um lado as pessoas terem ímpetos por "se meter" na vida da outra, mas também tem o lado do vivente que se expõe, fala (e mostra) o que quer, e então fica susceptível a ouvir o que não quer.

A fofoca, a intromissão e o comentário fazem parte das características humanas, indissociáveis (como mostra nossa História). Cabe a cada um procurar viver sua vida sem passar aquele limite imaginário, e extremamente tênue, entre sua liberdade de ser e se expressar, e a liberdade do outro, para que não existam atritos nem inconvenientes.

Mas é claro que é muito mais complexo.

Somos seres humanos, vivemos em sociedade, temos opiniões, sentimentos, invejas, desejos, certezas, convicções, perspectivas... 

Por isso, parece ser impossível não espiar, analisar, julgar... mas daí a comentar; e pior, condenar... xiiii...  😈😊

Pois, como cantarolava meu avô, aquela canção da Dalva de Oliveira (em outro contexto, mas) já dizia: 

"O peixe é pro fundo das redes
Segredo é pra quatro paredes
Primeiro é preciso julgar
Pra depois condenar"


(em luxuosa interpretação de Ney Matogrosso)



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